Feliz quem vos teme, ó Senhor, e anda em vossos caminhos (Sl 128,1).
ORAÇÃO DO DIA
Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Leituras da Liturgia Eucarística: Eclo 3,3-7.14-17ª; Sl 127; Cl 3,12-21; Lc 2,22-40
EVANGELHO: Lc 2,22-40
Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor.
Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meu olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele.
Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.
Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
REFLEXÃO
“Neste primeiro domingo depois do Natal, enquanto estamos ainda imersos no clima jubiloso da festa, a Igreja convida-nos a contemplar a Sagrada Família de Nazaré. O Evangelho de hoje apresenta-nos Nossa Senhora e São José no momento em que, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, vão ao templo de Jerusalém. Fazem-no em obediência religiosa à Lei de Moisés, a qual prescreve que se ofereça o primogênito ao Senhor (cf. Lc 2, 22-24).
Podemos imaginar a pequena família, no meio de tantas pessoas, nas amplas praças do templo. Não se salienta, não se distingue… E, no entanto, não passa inobservada! Dois idosos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, aproximam-se e começam a louvar a Deus por aquele Menino, no qual reconhecem o Messias, luz dos povos e salvação de Israel (cf. Lc 2, 22-38). Trata-se de um momento simples mas rico de profecia: o encontro de dois jovens esposos cheios de alegria e fé pela graça do Senhor; com dois idosos também eles cheios de alegria e fé pela ação do Espírito. Quem os fez encontrar? Jesus. Jesus faz com que eles se encontrem: jovens e idosos. Ele aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo qualquer desconfiança, isolamento ou distância. Isto faz-nos pensar também nos avós: como é importante a sua presença, a presença dos avós! Como é precioso o seu papel nas famílias e nas sociedades! O bom relacionamento entre os jovens e os idosos é decisivo para o caminho da comunidade civil e eclesial. E observando esses dois idosos, esses dois avós — Simeão e Ana — saudamos daqui com um aplauso todos os avós do mundo.
A mensagem que provém da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé. Na vida familiar de Maria e José, Deus está verdadeiramente no centro, na Pessoa de Jesus. Por isso a Família de Nazaré é sagrada. Por quê? Porque está centrada em Jesus.
Quando pais e filhos respiram o mesmo clima de fé, possuem uma energia que lhes permite enfrentar até provações difíceis, como demonstra a experiência da Sagrada Família, no dramático evento da fuga para o Egito: uma prova difícil.
O Menino Jesus com a sua Mãe Maria e com são José são um ícone familiar simples mas muito luminoso. A luz que dela irradia é luz de misericórdia e de salvação para o mundo inteiro, luz de verdade para todos os homens, para a família humana e para cada família. Esta luz que vem da Sagrada Família encoraja-nos a oferecer calor humano naquelas situações familiares em que, por vários motivos, faltam a paz, a harmonia e o perdão. Não falte a nossa solidariedade concreta às famílias que vivem situações mais difíceis por causa de doenças, desemprego, discriminações, necessidade de emigrar… E reflitamos um momento aqui e em silêncio oremos por todas as famílias em dificuldade, quer por doença, falta de trabalho, discriminação, necessidade de emigrar, dificuldade de se entender e também por desunião. Em silêncio, rezemos por todas essas famílias. (Ave Maria…).
Confiemos a Maria, Rainha e mãe da família, todas as famílias do mundo, a fim de que possam viver na fé, na concórdia, na ajuda recíproca e, por isso, invoco sobre elas a proteção materna daquela que foi mãe e filha do seu Filho.” (Papa Francisco, Angelus, Domingo, 28 de Dezembro de 2014)