“”O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou.” Sl 80,17
ORAÇÃO DO DIA
Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Leituras da Liturgia Eucarística: Dt 8,2-3,14-16; Sl 147; 1Cor 10,16-17; Jo 6,51-58
Evangelho: Jo 6,51-58
“Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?”
Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim.
Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
REFLEXÃO
1. “Lauda, Sion, Salvatorem, lauda ducem et pastorem in hymnis et canticis”: Louva, Sião, o Salvador, o teu guia, o teu pastor com hinos e cânticos”.
Cantamos há pouco com fé e devoção estas palavras da tradicional sequência, que faz parte da liturgia do Corpus Domini.
Hoje é festa solene, festa na qual revivemos a primeira Ceia Sagrada. Com um ato público e solene, glorificamos e adoramos o Pão e o vinho que se tornaram verdadeiro Corpo e verdadeiro Sangue do Redentor. “É um sinal o que se vê realça a sequência mas “esconde no mistério sublimes realidades”.
2. “Pão vivo que dá a vida: é este o tema do teu cântico, objeto do teu louvor”.
Celebramos hoje uma festa solene, que exprime a admiração do povo de Deus: uma admiração repleta de reconhecimento pelo dom da Eucaristia. No sacramento do Altar Jesus quis perpetuar a sua presença viva entre nós, da mesma maneira com que nos entregou os Apóstolos no Cenáculo. Deixa-nos o que fez na Última Ceia, e nós renovamo-lo fielmente.
Segundo os costumes locais, já consolidados, a solenidade do Corpus Domini é constituída por dois momentos: a santa Missa, na qual se realiza a oferenda do Sacrifício, e a procissão, que manifesta publicamente a adoração do Santíssimo Sacramento.
3. “Obedientes ao seu mandamento, consagramos o pão e o vinho, hóstia de salvação”. Renova-se em primeiro lugar o memorial da Páscoa de Cristo.
Passam os dias, os anos, os séculos, mas não passa este gesto santíssimo no qual Jesus condensou todo o seu Evangelho de amor. Ele não deixa de se oferecer a si mesmo, Cordeiro imolado e ressuscitado, para a salvação do mundo. Com este memorial a Igreja responde ao mandamento da Palavra de Deus, que também hoje ouvimos na primeira Leitura: “Recorda-te… Não te esqueças” (cf. Dt 8, 2.14).
A Eucaristia é a nossa Memória viva! Na Eucaristia, como recorda o Concílio, “está contido todo o bem espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, o Qual, por sua carne sob a ação do Espírito Santo, dá vida aos homens, que deste modo são convidados e incitados a oferecerem-se a si mesmos, os seus trabalhos e todas as coisas criadas” (Presbyterorum Ordinis, 5).
Da Eucaristia, “fonte e ponto culminante de toda a evangelização” (ibid.), também a nossa Igreja de Roma deve tirar todos os dias a força e o impulso para a própria ação missionária e para qualquer forma de testemunho cristão na cidade dos homens.
4. “Bom pastor, verdadeiro pão, ó Jesus, tem piedade de nós: alimenta-nos e defende-nos”.
Tu, Bom Pastor, passarás daqui a pouco pelas ruas da nossa cidade. Nesta festa, todas as cidades, tanto a metrópole como a aldeia mais pequena do mundo, se tornam espiritualmente a Sião, a Jerusalém que louva o Salvador: o novo Povo de Deus, reunido de todas as nações e alimentado com o único Pão de vida.
Este povo tem necessidade da Eucaristia. De facto, é a Eucaristia que o torna Igreja missionária. Mas isto é possível sem os sacerdotes, que renovam o mistério eucarístico?
Eis por que, neste dia solene, vos convido a rezar pelo bom êxito do Congresso eclesial diocesano, que será celebrado na Basílica de São João a partir da próxima segunda-feira e que dedicará particular atenção ao tema das vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada.
Jovens romanos! Repito-vos a vós as mesmas palavras que dirigi, durante o Dia Mundial da Juventude de 2000, aos jovens reunidos em “Tor Vergata”: “Se algum de vós… sente dentro de si o chamamento do Senhor para se entregar totalmente a Ele e O amar “com coração indiviso” (cf. 1 Cor 7, 34), não se deixe retrair pela dúvida nem pelo medo. Mas, com coragem, diga o seu “sim” sem reservas, confiando n’Ele que é fiel a todas as suas promessas” (Homilia, n. 6).
5. “Ave, verum Corpus, natum de Maria Virgine”. “Adoramos-te, verdadeiro Corpo nascido da Virgem Maria”.
Adoramos-te, nosso Santo Redentor, que encarnaste no seio puríssimo da Virgem Maria….
Damos-te graças, ó Senhor, pela tua presença eucarística no mundo.
Por nós tu aceitaste sofrer, e na cruz manifestaste até ao extremo o teu amor por toda a humanidade. Adoramos-te, viático quotidiano de todos nós, peregrinos sobre a terra!
“Tu, que tudo sabes e podes, que nos sustentas na terra, guia os teus irmãos para a mesa do céu na glória dos teus Santos”.
(S. João Paulo II, Homilia, 30 mai 2002)