Anunciai com gritos de alegria, proclamai até os extremos da terra: o Senhor libertou o seu povo, aleluia! (ls 48,20)
ORAÇÃO DO DIA
Deus Pai todo-poderoso, dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra do Cristo ressuscitado, para que noss vida corresponda sempre aos mistérios que recordamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Leituras da liturgia eucarística: At 10,25-26.34-35.44-48; Sl 97; 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17
EVANGELHO: Jo 15,9-17
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena.
Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando.
Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.
Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá.
Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.
REFLEXÃO
“Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje — João, capítulo 15 — reconduz-nos ao Cenáculo, onde ouvimos o mandamento novo de Jesus. Diz assim: «Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei» (v. 12). E pensando no sacrifício da cruz já iminente, acrescenta: «Ninguém tem maior amor do que este: dar a vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando» (vv. 13-14). Estas palavras, pronunciadas durante a Última Ceia, resumem toda a mensagem de Jesus; aliás, resumem tudo o que Ele fez: Jesus deu a vida pelos seus amigos. Amigos que não o tinham compreendido, que no momento crucial o abandonaram, atraiçoaram e renegaram. Isto diz-nos que Ele nos ama mesmo se nós não merecemos o seu amor: assim nos ama Jesus!
Deste modo, Jesus mostra-nos o caminho para o seguir, a via do amor. O seu mandamento não é um simples preceito, que permanece sempre algo abstracto ou exterior em relação à vida. O mandamento de Cristo é novo porque o realizou primeiro, deu-lhe carne, e assim a lei do amor está inscrita de uma vez para sempre no coração do homem (cf. Jr 31, 33). E como está inscrita? Com o fogo do Espírito Santo. E com o mesmo Espírito, que Jesus nos doa, podemos caminhar também nós por esta vereda!
Trata-se de um caminho concreto, que nos leva a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros. Jesus mostrou-nos que o amor de Deus se concretiza no amor ao próximo. Os dois caminham juntos. As páginas do Evangelho estão cheias deste amor: adultos e crianças, cultos e ignorantes, ricos e pobres, justos e pecadores foram acolhidos no coração de Cristo.
Portanto, esta Palavra do Senhor chama-nos a amar-nos uns aos outros, mesmo se nem sempre nos compreendemos, nem sempre estamos de acordo… mas é precisamente ali que se vê o amor cristão. O amor que se manifesta mesmo quando há diferenças de opinião ou de carácter, mas o amor é maior do que estas diferenças! Foi este amor que Jesus nos ensinou. É um amor novo porque renovado por Jesus e pelo seu Espírito. É um amor remido, libertado do egoísmo. Um amor que dá alegria ao nosso coração, como diz Jesus: «Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e o vosso júbilo seja pleno» (v. 11).
É precisamente o amor de Cristo, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações, que realiza todos os dias prodígios na Igreja e no mundo. São tantos pequenos e grandes gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (cf. Jo 15, 12). Gestos pequenos, de todos os dias, gestos de proximidade a um idoso, a um doente, a uma pessoa sozinha e em dificuldade, sem casa, sem trabalho, imigrada, rejeitada… Graças à força desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode estar próximo do irmão e da irmã que encontra. Gestos de proximidade. Nestes gestos manifesta-se o amor que Cristo nos ensinou.
Ajude-nos nisto a nossa Mãe Santíssima, para que na vida diária de cada um de nós o amor de Deus e o amor ao próximo estejam sempre presentes.” (Papa Francisco, Angelus, 10 de maio de 2015)