A festa do Batismo do Senhor conclui o tempo do Natal.
“Ao ser batizado, Jesus é ungido com o Espírito, proclamado Filho amado de Deus e assume publicamente a missão evangelizadora.” LD
ORAÇÃO DO DIA
Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o Declaraste solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Leituras da liturgia eucarística: Is 42,1-4.6-7; Sl 28; MT 3,13-17
EVANGELHO: MT 3,13-17
Naquele tempo, Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele. Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”
Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele.
E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.
REFLEXÃO
“Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
(…)
A hodierna página do Evangelho ressalta que, quando Jesus recebeu o batismo de João no rio Jordão, «eis que os céus se lhe abriram» (Mt 3, 16). Isto realiza as profecias. Com efeito, há uma invocação que a liturgia nos faz repetir no tempo de Advento: «Oh! Se rasgásseis os céus, se descêsseis!» (Is 64, 1). Se os céus permanecessem fechados, o nosso horizonte nesta vida terrena seria obscuro, sem esperança. Ao contrário, celebrando o Natal, a fé confere-nos mais uma vez a certeza de que os céus se rasgaram com a vinda de Jesus. E no dia do batismo de Cristo ainda contemplamos os céus abertos. A manifestação do Filho de Deus na terra assinala o início do grande tempo da misericórdia, depois que o pecado tinha fechado os céus, elevando como que uma barreira entre o ser humano e o seu Criador. Com o nascimento de Jesus abrem-se os céus! Deus concede-nos em Cristo a garantia de um amor indestrutível. Portanto, desde que o Verbo se fez carne é possível ver os céus abertos. Foi possível para os pastores de Belém, para os Magos do Oriente, para João Batista, para os Apóstolos de Jesus, para santo Estêvão, o protomártir que exclamou: «Eis que contemplo os céus abertos!» (At 7, 56). E será possível também para cada um de nós, se nos deixarmos invadir pelo amor de Deus, que nos é concedido pela primeira vez mediante o Batismo, por meio do Espírito Santo. Deixemo-nos invadir pelo amor de Deus! Este é o grande tempo da misericórdia! Não o esqueçais: este é o grande tempo da misericórdia!
Quando Jesus recebeu o batismo de penitência de João Batista, solidarizando com o povo penitente — Ele, sem pecado e não necessitado de conversão — Deus Pai fez ouvir a sua voz descida do céu: «Eis o meu Filho muito amado, em quem pus a minha complacência!» (v. 17). Jesus recebe a aprovação do Pai celeste, que O enviou precisamente para que aceitasse compartilhar a nossa condição, a nossa pobreza. Compartilhar é o verdadeiro modo de amar. Jesus não se dissocia de nós, considera-nos irmãos e compartilha conosco. E assim, juntamente com Ele, torna-nos filhos de Deus Pai. Esta é a revelação e a fonte do amor autêntico. E este é o grande tempo da misericórdia!
Não vos parece que, neste nosso tempo, há necessidade de um suplemento de partilha fraternal e amorosa? Não vos parece que todos nós precisamos de um suplemento de caridade? Não daquela que se contenta com a ajuda extemporânea, que não compromete, que não põe em jogo, mas daquela caridade que compartilha, que assume as dificuldades e o sofrimento do irmão. Que sabor adquire a vida, quando nos deixamos inundar pelo amor de Deus!
Peçamos à Virgem Santa que nos sustente com a sua intercessão no nosso compromisso de seguir Cristo ao longo do caminho da fé e da caridade, na senda traçada pelo nosso Batismo.” (Papa Francisco, Angelus, 12 de janeiro de 2014)