15º DOMINGO TEMPO COMUM – ANO B

Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória (Sl 16,15)

ORAÇÃO DO DIA

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (LD, ano XXIV, nº 282)

Leituras da liturgia eucarística: Am 7,12-15; Sl 84; Ef 1,3-10; Mc 6,7-13

Primeira Leitura (Am 7,12-15)

Leitura da Profecia de Amós:

Naqueles dias, 12disse Amasias, sacerdote de Betel, a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; 13mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino”.

14Respondeu Amós a Amasias, dizendo: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. 15O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’”.

Responsório (Salmo 84)

— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!

— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!

— Quero ouvir o que o Senhor irá falar:/ é a paz que ele vai anunciar./ Está perto a salvação dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra.

— A verdade e o amor se encontrarão,/ a justiça e a paz se abraçarão;/ da terra brotará a fidelidade,/ e a justiça olhará dos altos céus.

— O Senhor nos dará tudo o que é bom,/ e a nossa terra nos dará suas colheitas;/ a justiça andará na sua frente/ e a salvação há de seguir os passos seus.

Segunda Leitura (Ef 1,3-10)

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:

3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.

4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.

5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que nos cumulou no seu Bem-amado.

7Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça, 8que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda a sabedoria e prudência.

9Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo, 10para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular, em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra.

Anúncio do Evangelho (Mc 6,7-13)

Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros.

8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.

10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”

12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

REFLEXÃO

“Amados irmãos e irmãs!

No calendário litúrgico, a 15 de Julho celebra-se a memória de são Boaventura de Bagnoregio, franciscano, Doutor da Igreja, sucessor de são Francisco de Assis na guia da Ordem dos Frades Menores. Ele escreveu a primeira biografia oficial do Pobrezinho, e no final da vida foi também Bispo desta Diocese de Albano. Numa das suas cartas, Boaventura escreve: «Confesso diante de Deus que a razão que me fez amar mais a vida de Francisco é que ela se assemelha com o início e o crescimento da Igreja» (Epistula de tribus quaestionibus, em Opere di San Bonaventura, Introduzione generale, Roma 1990, p. 29). Estas palavras remetem directamente para o Evangelho deste domingo, que apresenta o primeiro envio em missão dos Doze Apóstolos por parte de Jesus. «Jesus chamou os Doze — narra são Marcos — e começou a enviá-los dois a dois… Ordenou-lhes que não levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas» (Mc 6, 7-9). Francisco de Assis, depois da sua conversão, praticou à letra este evangelho, tornando-se uma testemunha fidelíssima de Jesus; e associado de modo singular ao mistério da Cruz, foi transformado num «outro Cristo», como precisamente são Boaventura o apresenta.

Toda a vida de são Boaventura, assim como a sua teologia têm como centro inspirador Jesus Cristo. Encontramos esta centralidade de Cristo na segunda Leitura da Missa de hoje (Ef 1, 3-14), o célebre hino da Carta de são Paulo aos Efésios, que inicia assim: «Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, do alto dos Céus, nos abençoou com toda a espécie as bênçãos espirituais em Cristo». Por conseguinte, o Apóstolo mostra como se realiza este desígnio de bênção, em quatro trechos que começam todos com a mesma expressão «n’Ele», referida a Jesus Cristo. «N’Ele» temos a redenção mediante o seu sangue; «n’Ele» tornámo-nos herdeiros, predestinados a ser «louvor da sua glória»; «n’Ele» quantos crêem no Evangelho recebem o selo do Espírito Santo. Este hino paulino contém a visão da história que são Boaventura contribuiu para difundir na Igreja: toda a história tem como centro Cristo, o qual garante também a novidade e a renovação em todos os tempos. Em Jesus Deus disse e ofereceu tudo, mas dado que Ele é um tesouro inexaurível, o Espírito Santo nunca termina de revelar e de actualizar o seu mistério. Por isso, a obra de Cristo e da Igreja nunca regride, mas progride sempre.

Queridos amigos, invoquemos Maria Santíssima, que amanhã celebraremos como Virgem do Monte Carmelo, para que nos ajude a todos, como são Francisco e são Boaventura, a responder generosamente à chamada do Senhor, para anunciar o seu Evangelho de salvação com as palavras e antes de tudo com a vida.” (Papa Bento XVI, Angelus, 15 de julho de 2012)

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