23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

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Vós fostes, Senhor, um refúgio para nós! Sl 89

Leituras da liturgia eucarística: Sb 9,13-18; Sl 89; Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33

ORAÇÃO

Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Oração das Horas)

EVANGELHO – Lc 14,25-33

Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’

Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz.

Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

REFLEXÃO

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No evangelho de hoje Jesus insiste sobre as condições para ser seus discípulos: nada antepor ao amor por Ele, carregar a própria cruz e segui-lo. De facto, muitas pessoas aproximam-se de Jesus, queriam fazer parte dos seus seguidores; e isto acontecia sobretudo depois de alguns sinais prodigiosos, que o acreditavam como o Messias, o Rei de Israel. Mas Jesus não quer iludir ninguém. Ele bem sabe o que o espera em Jerusalém, qual é o caminho que o Pai lhe pede que percorra: é o caminho da cruz, do sacrifício de si mesmo pelo perdão dos nossos pecados. Seguir Jesus não significa participar num cortejo triunfal! Significa partilhar o seu amor misericordioso, entrar na sua grande obra de misericórdia para cada homem e para todos os homens. A obra de Jesus é precisamente uma obra de misericórdia, de perdão, de amor! Como Jesus é misericordioso! E este perdão universal, esta misericórdia, passa através da cruz. Mas Jesus não quer cumprir esta obra sozinho: quer envolver também a nós na missão que o Pai lhe confiou. Depois da ressurreição dirá aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós… Àqueles que perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados» (Jo 20, 21.22). O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou n’Ele o Bem maior, no qual qualquer outro bem recebe o seu pleno valor e significado: os vínculos familiares, as outras relações, o trabalho, os bens culturais e económicos e assim por diante… O cristão desapega-se de tudo e encontra tudo na lógica do Evangelho, a lógica do amor e do serviço.

Para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a da torre para construir e a do rei que vai para a guerra. Esta segunda parábola diz assim: «Qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei, e não se senta primeiro examinando se lhe é possível com dez mil homens opor-se àquele que vem contra ele com vinte mil? Se não pode, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores a pedir a paz» (Lc 14, 31-32). Aqui Jesus não quer enfrentar o tema da guerra, é só uma parábola. Mas, neste momento no qual estamos a rezar insistentemente pela paz, esta Palavra do Senhor diz-nos respeito, e na realidade diz-nos: há uma guerra mais profunda que devemos combater, todos! É a decisão forte e corajosa de renunciar ao mal e às suas seduções e de escolher o bem, prontos a pagar em primeira pessoa: eis o seguir Cristo, o carregar a própria cruz! Esta guerra profunda contra o mal! Para que serve fazer guerras, tantas guerras, se não se é capaz de fazer esta guerra profunda contra o mal? De nada serve! Não pode ser… Isto comporta, aliás, esta guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve; dizer não à violência em todas as suas formas; dizer não à proliferação das armas e ao seu comércio ilegal. Há tanto! Há tanto! E permanece sempre a dúvida: esta guerra, e a outra — porque há guerras em toda a parte — é deveras uma guerra devido a problemas ou é uma guerra comercial para vender estas armas no comércio ilegal? São estes os inimigos que devem ser combatidos, unidos e com coerência, sem seguir outros interesses a não ser os da paz e do bem comum. (Papa Francisco, Angelus, 08 de setembro, de 2013)

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