“Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor que fez o céu e fez a terra.” Sl 120
ORAÇÃO DO DIA
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Leituras da liturgia eucarística: Ex 17,8-13; Sl 120; 2Tm3,14-4,2; Lc 18,1-8
EVANGELHO: Lc 18,1-8
Naquele tempo, Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir, dizendo: “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava homem algum. Na mesma cidade, havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘faze-me justiça contra meu adversário! Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim ele pensou: ‘Eu não temo a Deus e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!’” E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite grita por ele? Será que vai fazê-lo esperar? Eu vos digo que Deus lhe fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
REFLEXÃO
“Prezados irmãos e irmãs:
No Evangelho de hoje, Jesus narra uma parábola sobre a necessidade de rezar sempre, sem se cansar. A protagonista é uma viúva que, com a insistência da sua súplica a um juiz desonesto, obtém que ele lhe faça justiça. E Jesus conclui: se a viúva conseguiu convencer aquele juiz, julgais que Deus não nos ouve, se lhe suplicarmos com insistência? A expressão de Jesus é muito forte: «Porventura não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que clamam por Ele dia e noite?» (Lc 18, 7).
«Clamar dia e noite» por Deus! Impressiona-nos esta imagem da oração. Mas interroguemo-nos: por que motivo Deus quer isto? Não conhece Ele já as nossas necessidades? Que sentido tem «insistir» com Deus?
Trata-se de uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus convida-nos a rezar com insistência, não porque não sabe do que nós temos necessidade, nem porque não nos ouve. Pelo contrário, Ele ouve sempre e conhece tudo acerca de nós, com amor. No nosso caminho quotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor não está distante, está ao nosso lado; nós lutamos, tendo-o ao nosso lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença ao nosso lado, a sua misericórdia e também a sua ajuda. Mas a luta contra o mal é árdua e longa, exige paciência e resistência — como Moisés, que devia manter as mãos levantadas para fazer com que o seu povo vencesse (cf. Êx 17, 8-13). É assim: há uma luta a empreender todos os dias; mas Deus é o nosso aliado, a fé nele é a nossa força e a oração é a expressão desta fé. Por isso, Jesus assegura-nos a vitória, mas no final interroga-se: «Mas, quando o Filho do Homem vier, acaso encontrará a fé sobre a terra?» (Lc 18, 8). Se se apaga a fé, apaga-se a oração, e nós caminhamos na escuridão, perdemo-nos no caminho da vida.
Portanto, aprendamos da viúva do Evangelho a rezar sempre, sem nos cansarmos. Esta viúva era forte! Sabia lutar pelos seus filhos! E penso em tantas mulheres que lutam pela própria família, que rezam, que nunca se cansam. Uma recordação hoje, da parte de todos nós, a estas mulheres que com a sua atitude nos oferecem um verdadeiro testemunho de fé e de coragem, um modelo de oração! Uma recordação a elas! Rezemos sempre, mas não para convencer o Senhor com a força das palavras! Ele sabe melhor do que nós do que temos necessidade! Ao contrário, a oração perseverante é expressão da fé num Deus que nos chama a combater com Ele, todos os dias, em cada momento, para vencer o mal com o bem.” (Papa Francisco, 20 de outubro de 2013)