Bendito o que vem em nome do Senhor, Rei de Israel. (Jo 12,13)
ORAÇÃO DO DIA
Deus eterno e todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
Leituras da Liturgia Eucarística: Is 50,4-7; Sl 21; Fl 2,6-11; Mt 27,11-54
EVANGELHO: Mt 27,11-54
Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou:
Leitor: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador 1: Jesus declarou:
— “É como dizes”.
Narrador 1: E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou:
Leitor: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”
Narrador 1: Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
Leitor: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”
Narrador 2: Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele:
Mulher: “Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.
Narrador 2: Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. O governador tornou a perguntar:
Leitor: “Qual dos dois quereis que eu solte?”
Narrador 2: Eles gritaram:
— “Barrabás”.
Narrador 2: Pilatos perguntou:
Leitor: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?”
Narrador 2: Todos gritaram:
— “Seja crucificado!”
Narrador 2: Pilatos falou:
Leitor: “Mas, que mal ele fez?”
Narrador 2: Eles, porém, gritaram com mais força:
— “Seja crucificado!”
Narrador 1: Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:
Leitor: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!”
Narrador 1: O povo todo respondeu:
— “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.
Narrador 1: Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.
Leitor: Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
Narrador 1: depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:
— “Salve, rei dos judeus!”
Narrador 2: Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”.
Narrador 1: Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E ficaram ali sentados, montando guarda. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação:
— “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
Narrador 1: Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
Leitor: ”Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
Narrador 2: Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:
Leitor: “A outros salvou… a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel… Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
Narrador 1: Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
— “Eli, Eli, lamá sabactâni?”
Narrador 1: Que quer dizer:
— “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Narrador 1: Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
— “Ele está chamando Elias!”
Narrador 1: E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. Outros, porém, disseram:
— “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”
Narrador 1: Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. (Todos se ajoelham.)
Narrador 2: E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:
— “Ele era mesmo Filho de Deus!”
REFLEXÃO
“Esta semana começa com a festiva procissão dos ramos de oliveira: todo o povo acolhe Jesus. As crianças, os adolescentes cantam, louvam Jesus.
Mas esta semana continua com o mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição. Ouvimos a Paixão do Senhor. Será bom pormo-nos apenas uma pergunta: Quem sou eu? Quem sou eu, face ao meu Senhor? Quem sou eu à vista de Jesus que entra festivamente em Jerusalém? Sou capaz de exprimir a minha alegria, de O louvar? Ou fico à distância? Quem sou eu, face a Jesus que sofre?
Escutamos muitos nomes, muitos nomes. O grupo dos líderes, alguns sacerdotes, alguns fariseus, alguns doutores da lei, que decidiram matá-Lo. Esperavam só a oportunidade boa para O prenderem. Sou eu como um deles?
Ouvimos também outro nome: Judas. Trinta moedas. Sou eu como Judas? Escutamos outros nomes: os discípulos que não entendiam nada, que adormeciam enquanto o Senhor sofria. A minha vida está adormecida? Ou sou como os discípulos, que não compreendiam o que era trair Jesus? Ou então como aquele discípulo que queria resolver tudo com a espada: sou eu como eles? Sou como Judas, que finge de amar e beija o Mestre para O entregar, para O trair? Sou eu um traidor? Sou eu como aqueles líderes que montam à pressa o tribunal e procuram testemunhas falsas: sou eu como eles? E, quando faço estas coisas – se é que as faço –, creio que, com isso, salvo o povo?
Sou eu como Pilatos? Quando vejo que a situação é difícil, lavo as mãos e não assumo a minha responsabilidade, condenando ou deixando condenar as pessoas?
Sou eu como aquela multidão que não sabia bem se estava numa reunião religiosa, num julgamento ou num circo, e escolhe Barrabás? Para ela tanto valia: era mais divertido, para humilhar Jesus.
Sou eu como os soldados, que batem no Senhor, cospem-Lhe em cima, insultam-No, divertem-se com a humilhação do Senhor?
Sou eu como Simão de Cirene que voltava do trabalho, cansado, mas teve a boa vontade de ajudar o Senhor a levar a cruz?
Sou eu como aqueles que passavam diante da Cruz e escarneciam de Jesus: «Era tão corajoso! Desça da cruz e nós acreditaremos n’Ele!». Escarnecem de Jesus…
Sou eu como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam lá e sofriam em silêncio?
Sou eu como José, o discípulo oculto, que leva o corpo de Jesus, com amor, para Lhe dar sepultura?
Sou eu como as duas Marias que permanecem junto do sepulcro chorando, rezando?
Sou eu como aqueles líderes que, no dia seguinte, foram ter com Pilatos para lhe dizer: «Olha que Ele afirmava que havia de ressuscitar. Não queremos mais enganos!» e bloqueiam a vida, bloqueiam o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não irrompa?
Onde está o meu coração? Com qual destas pessoas me pareço? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana.” (Papa Francisco, Homilia, 13 de abril de 2014)