
“É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom.” (Sl 53,6.8)
ORAÇÃO DO DIA
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)
Primeira Leitura (Gn 18,1-10a)
Leitura do Livro do Gênesis:
Naqueles dias, 1o Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré, quando ele estava sentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia.
2Levantando os olhos, Abraão viu três homens de pé, perto dele. Assim que os viu, correu ao seu encontro e prostrou-se por terra. 3E disse: “Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem, sem parar junto a mim, teu servo. 4Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés, e descansareis debaixo da árvore. 5Farei servir um pouco de pão para refazerdes vossas forças, antes de continuar a viagem. Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes do vosso servo”.
Eles responderam: “Faze como disseste”.
6Abraão entrou logo na tenda, onde estava Sara, e lhe disse: “Toma depressa três medidas da mais fina farinha, amassa alguns pães e assa-os”.
7Depois, Abraão correu até o rebanho, pegou um bezerro dos mais tenros e melhores, e deu-o a um criado, para que o preparasse sem demora.
8A seguir, foi buscar coalhada, leite e o bezerro assado, e pôs tudo diante deles. Abraão, porém, permaneceu de pé, junto deles, debaixo da árvore, enquanto comiam.
9E eles lhe perguntaram: “Onde está Sara, tua mulher?” “Está na tenda”, respondeu ele.
10aE um deles disse: “Voltarei, sem falta, no ano que vem, por este tempo, e Sara, tua mulher, já terá um filho”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Responsório (Sl 14)
— Senhor, quem morará em vossa casa?
— Senhor, quem morará em vossa casa?
— É aquele que caminha sem pecado/ e pratica a justiça fielmente;/ que pensa a verdade no seu íntimo/ e não solta em calúnias sua língua.
— Que em nada prejudica o seu irmão,/ nem cobre de insultos seu vizinho;/ que não dá valor algum ao homem ímpio,/ mas honra os que respeitam ao Senhor.
— Não empresta o seu dinheiro com usura,/ nem se deixa subornar contra o inocente./ Jamais vacilará quem vive assim!
Segunda Leitura (Cl 1,24-28)
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:
Irmãos: 24Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar em minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja.
25A ela eu sirvo, exercendo o cargo que Deus me confiou de vos transmitir a palavra de Deus em sua plenitude: 26o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado aos seus santos.
27A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória.
28Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda a sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Anúncio do Evangelho (Lc 10,38-42)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 38Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!”
41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
REFLEXÃO
“Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Também neste domingo continua a leitura do capítulo 10 do evangelista Lucas. O trecho de hoje refere-se a Marta e Maria. Quem são estas duas mulheres? Marta e Maria, irmãs de Lázaro, são parentes e discípulas fiéis do Senhor, que habitavam em Betânia. São Lucas descreve-as com estes termos: Maria, aos pés de Jesus, «ouvia a sua palavra», enquanto Marta estava comprometida em muitos serviços (cf. Lc 10, 39-40). Ambas oferecem hospitalidade ao Senhor, que estava de passagem, mas fazem-no de modo diverso. Maria põe-se aos pés de Jesus, à escuta, e Marta ao contrário deixa-se absorver pelos afazeres e está tão ocupada a ponto de se dirigir a Jesus dizendo: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Diz-lhe que me ajude» (v. 40). E Jesus responde-lhe, repreendendo-a com docilidade: «Marta, Marta, andas muito inquieta e preocupas-te com muitas coisas, no entanto, uma só coisa é necessária» (vv. 41-42).
Que quer dizer Jesus? Qual é a única coisa de que temos necessidade? Antes de tudo, é importante compreender que aqui não se trata da oposição entre duas atitudes: a escuta da palavra do Senhor, a contemplação, e o serviço concreto ao próximo. Não são duas atitudes opostas entre si mas, ao contrário, trata-se de dois aspectos, ambos essenciais para a nossa vida cristã; aspectos que nunca devem ser separados, mas vividos em profunda unidade e harmonia. Mas então por que motivo Marta é repreendida, embora o seja com docilidade, por parte de Jesus? Porque considerava ela essencial só aquilo que estava a fazer, ou seja, encontrava-se demasiado absorvida e preocupada com as coisas a «fazer». Para o cristão, as obras de serviço e de caridade nunca estão separadas da fonte principal de cada uma das nossas ações: ou seja, a escuta da Palavra do Senhor, o facto de estar — como Maria — aos pés de Jesus, na atitude do discípulo. É por isso que Marta é repreendida.
Amados irmãos e irmãs, também na nossa vida cristã a oração e a ação permaneçam sempre profundamente unidas. Uma oração que não leva à ação concreta a favor do irmão pobre, doente e necessitado de ajuda, o irmão em dificuldade, é uma prece estéril e incompleta. Mas do mesmo modo, quando no serviço eclesial só prestamos atenção à ação, quando damos mais importância às coisas, às funções e às estruturas, esquecendo-nos da centralidade de Cristo, sem reservar tempo ao diálogo com Ele na oração, corremos o risco de nos servirmos a nós mesmos, e não a Deus presente no irmão necessitado. São Bento resumia o estilo de vida que indicava aos seus monges com duas palavras: «ora et labora», reza e trabalha. É da contemplação, de uma forte relação de amizade com o Senhor que nasce em nós a capacidade de viver e de anunciar o amor de Deus, a sua misericórdia, a sua ternura pelo próximo. E inclusive o nosso trabalho com o irmão em necessidade, a nossa tarefa de caridade nas obras de misericórdia nos levam ao Senhor, para que nós vejamos precisamente o Senhor no irmão e na irmã necessitados.
Peçamos à Virgem Maria, Mãe da escuta e do serviço, que nos ensine a meditar no nosso coração a Palavra do seu Filho, a rezar com fidelidade, para estarmos cada vez mais concretamente atentos às necessidades dos irmãos.” (Papa Francisco, Angelus, 21 de julho de 2013)