5º DOMINGO QUARESMA – ANO C

 

A mim, ó Deus, fazei justiça, defendei a minha causa contra a gente sem piedade; do homem perverso e traidor libertai-me, porque sois, ó Deus, o meu socorro (Sl 42,1s).

 

ORAÇÃO DO DIA

Senhor nosso Deus, dai-nos, por vossa graça, caminhar com alegria na mesma caridade que levou o vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Oração das Horas)

 

Leituras da liturgia eucarística: Is 43,16-21; Sl 125; Fl 3,8-14; Jo 8,1-11

Primeira Leitura (Is 43,16-21)

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

16Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; 17que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: 18’Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. 19Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. 20Hão de glorificar-me os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. 21Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Responsório (Sl 125)

— Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.

— Entre os gentios se dizia: ‘Maravilhas fez com eles o Senhor!’ Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!

 

Segunda Leitura (Fl 3,8-14)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:

Irmãos: 8Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, 9não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

10Esta consiste em conhecer a Cristo, experimentar a força da sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, 11para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos. 12Não que já tenha recebido tudo isso, ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus. 13Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. 14Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Anúncio do Evangelho (Jo 8,1-11)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. 3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando a no meio deles, 4disseram a Jesus: ‘Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?’ 6Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.’ 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. 10Então Jesus se levantou e disse: ‘Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?’ 11Ela respondeu: ‘Ninguém, Senhor.’ Então Jesus lhe disse: ‘Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais’. 

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

REFLEXÃO

“Chegamos ao Quinto Domingo da Quaresma, no qual a liturgia nos propõe o episódio evangélico de Jesus que salva uma mulher adúltera da condenação à morte (Jo 8, 1-11).

Enquanto está a ensinar no Templo, os escribas e os fariseus conduzem a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, para a qual a lei mosaica previa a lapidação. Aqueles homens pedem a Jesus que julguem a pecadora com a finalidade de ‘o pôr à prova’ e de o levar a dar um passo falso.

A cena é cheia de dramaticidade: das palavras de Jesus depende a vida daquela pessoa, mas também a sua própria vida. De fato, os acusadores hipócritas fingem confiar-lhe o julgamento, enquanto na realidade é precisamente Ele quem querem acusar e julgar. Ao contrário, Jesus está ‘cheio de graça e de verdade’ (Jo 1, 14): Ele sabe o que está no coração de cada homem, deseja condenar o pecado, mas salvar o pecador, e desmascarar a hipocrisia. O evangelista São João dá realce a um pormenor: enquanto os acusadores o interrogam com insistência, Jesus inclina-se e põe-se a escrever com o dedo no chão. Observa Santo Agostinho que aquele gesto mostra Cristo como o legislador divino: de facto, Deus escreveu a lei com o seu dedo nas tábuas de pedra (cf. Comentário ao Evangelho de João, 33, 5). Portanto Jesus é o Legislador, é a Justiça em pessoa. E qual é a sua sentença? ‘Quem de vós estiver sem pecado seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra’. Essas palavras estão cheias da força desarmante da verdade, que abate o muro da hipocrisia e abre as consciências a uma justiça maior, a do amor, no qual consiste o pleno cumprimento de cada preceito (cf. Rm 13, 8-10). Foi a justiça que salvou também Saulo de Tarso, transformando-o em São Paulo (cf. Fl 3, 8-14).

Quando os acusadores ‘foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos’, Jesus, absolvendo a mulher do seu pecado, introduziu-a numa vida nova, orientada para o bem: ‘Nem Eu te condeno; vai e doravante não tornes a pecar’. É a mesma graça que fará dizer ao Apóstolo: ‘Uma coisa faço: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo em direção à meta, para obter o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus’ (Fl 3, 14). Deus deseja para nós apenas o bem e a vida; Ele provê à saúde da nossa alma por meio dos seus ministros, libertando-nos do mal com o Sacramento da Reconciliação, para que ninguém se perca, mas todos tenham a ocasião de se converter. (…)

Queridos amigos, aprendamos do Senhor Jesus a não julgar e a não condenar o próximo. Aprendamos a ser intransigentes com o pecado – a partir do nosso! – e indulgentes com as pessoas. Ajude-nos nisto a santa Mãe de Deus que, preservada de qualquer culpa, é mediadora de graça para cada pecador arrependido.”  (Papa Bento XVI, Angelus21 de Março de 2010)

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