4º DOMINGO DO ADVENTO – ANO A

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“Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo; abra-se a terra e brote o Salvador! (Is 45,8)

ORAÇÃO DO DIA

Derramai. ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

Leituras da liturgia eucarística: Is 7,10-14; Sl 23; Rm 1,1-7; Mt 1,18-24

 

EVANGELHO: Mt 1,18-24

 

A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo.

Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”.

Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”.

Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa.

 

REFLEXÃO

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste quarto domingo do Advento, o Evangelho narra-nos os fatos que precederam o nascimento de Jesus, e o evangelista Mateus apresenta-os sob o ponto de vista de são José, o noivo da Virgem Maria.

José e Maria viviam em Nazaré; mas ainda não conviviam, porque o matrimônio não tinha sido realizado. Entretanto, Maria, depois de ter ouvido o anúncio do Evangelho, engravidou por obra do Espírito Santo. Quando José teve conhecimento deste facto, ficou desconcertado. O Evangelho não explica quais fossem os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade de Deus e está pronto para a renúncia radical. Em vez de se defender e de fazer valer os próprios direitos, José escolhe uma solução que para ele representa um sacrifício enorme. E o Evangelho diz: «Sendo que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente» (1, 19).

Esta breve frase sintetiza um verdadeiro drama interior, se pensarmos no amor que José sentia por Maria! Mas também em tal circunstância, José deseja fazer a vontade de Deus e decide, certamente com grande sofrimento, deixar Maria em segredo. É necessário meditar sobre estas palavras para compreender qual é a provação que José teve que enfrentar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Uma provação semelhante àquela do sacrifício de Abraão, quando Deus lhe pediu o filho Isaac (cf. Gn 22): renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada.

Mas, como no caso de Abraão, o Senhor intervém: encontrou a fé que procurava e abriu um caminho diferente, um caminho de amor e de felicidade: «José — diz-lhe — não temas de receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo» (Mt 1, 20).

Este Evangelho mostra-nos toda a grandeza de alma de são José. Ele estava a seguir um bom projeto de vida, mas Deus reservava para ele outro desígnio, uma missão maior. José era um homem que ouvia sempre a voz de Deus, profundamente sensível ao seu desejo secreto, um homem atento às mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e das alturas. Não se obstinou em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma, mas esteve pronto para se pôr à disposição da novidade que, de forma desconcertante, lhe se apresentava. Era um homem bom. Não odiava, e não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma. Mas quantas vezes também a nós o ódio, a antipatia e o rancor nos envenenam a alma! E isto faz mal. Nunca o permitais: ele é um exemplo disto. E assim, José tornou-se ainda mais livre e grande. Aceitando-se segundo o desígnio do Senhor, José encontra-se plenamente a si mesmo, para além de si. Esta sua liberdade de renunciar ao que é seu, à posse da sua própria existência, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus, nos interpelam e mostram o caminho.

Preparamo-nos então a celebrar o Natal contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça que teve a coragem de se confiar totalmente à Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Caminhemos com eles rumo a Belém.”  (Papa Francisco, Angelus, 22  de Dezembro de 2013)

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