“Esta casa eu escolhi e santifiquei, para nela estar meu nome para sempre.” 2Cr 7,16
ORAÇÃO
Ó Deus que edificais o vosso templo eterno com pedras vivas e escolhidas, difundi na vossa Igreja o Espírito que lhe destes, para que o vosso povo cresça sempre mais, construindo a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (Oração das Horas)
Leituras da liturgia eucarística: Ez 47,1-2.8-9.12; Sl 45; Jo 2,13-22
EVANGELHO: Jo 2,13-22
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” Ele respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”.Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.
REFLEXÃO
“Amados irmãos e irmãs!
Hoje a liturgia recorda a Dedicação da Basílica Lateranense, que é a catedral de Roma e que a tradição define «mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe». Com a palavra «mãe» referimo-nos não tanto ao edifício sagrado da Basílica, quanto à obra do Espírito Santo que neste edifício se manifesta, frutificando mediante o ministério do Bispo de Roma, em todas as comunidades que permanecem na unidade com a Igreja à qual ele preside.
Todas as vezes que celebramos a dedicação de uma igreja, é-nos recordada uma verdade essencial: o templo material feito de pedra é sinal da Igreja viva e ativa na história, ou seja, daquele «templo espiritual», como diz o apóstolo Pedro, do qual o próprio Cristo é «pedra viva, rejeitada pelos homens mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus» (1 Pd 2, 4-8). Jesus, no Evangelho da liturgia de hoje, falando do templo, revelou uma verdade perturbante: ou seja, que o templo de Deus não é só o edifício feito de pedra, mas é o seu corpo, feito de pedras vivas. Em virtude do Baptismo, cada cristão faz parte do «edifício de Deus» (1 Cor 3, 9), aliás, torna-se a Igreja de Deus. O edifício espiritual, a Igreja comunidade dos homens santificados pelo sangue de Cristo e pelo Espírito do Senhor ressuscitado, pede a cada um de nós que sejamos coerentes com o dom da fé e realizemos um caminho de testemunho cristão. E não é fácil, todos o sabemos, a coerência na vida entre a fé e o testemunho; mas nós devemos ir em frente e fazer na nossa vida esta coerência diária. «Este é um cristão!», não tanto por aquilo que diz, mas por aquilo que faz, pelo modo como se comporta. Esta coerência, que nos dá vida, é uma garantia do Espírito Santo que devemos pedir. A Igreja, na origem da sua vida e da sua missão no mundo, mais não foi do que uma comunidade constituída para confessar a fé em Jesus Cristo Filho de Deus e Redentor do homem, uma fé que se torna ativa por meio da caridade. Caminham juntas! Também hoje a Igreja está chamada a ser no mundo a comunidade que, radicada em Cristo por meio do Batismo, professa com humildade e coragem a fé n’Ele, testemunhando-a na caridade.
Para esta finalidade essencial devem ser orientados também os elementos institucionais, as estruturas e os organismos pastorais; para esta finalidade essencial: testemunhar a fé na caridade. A caridade é precisamente a expressão da fé e também a fé é a explicação e o fundamento da caridade. A festa de hoje convida-nos a meditar sobre a comunhão de todas as Igrejas, ou seja, desta comunidade cristã, estimula-nos por analogia a comprometer-nos para que a humanidade possa superar as fronteiras da inimizade e da indiferença, a construir pontes de compreensão e de diálogo, para fazer do mundo inteiro uma família de povos reconciliados entre eles, fraternos e solidários. Desta nova humanidade a própria Igreja é sinal e antecipação, quando vive e difunde com o seu testemunho o Evangelho, mensagem de esperança e de reconciliação para todos os homens. Invoquemos a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a ser, como ela, «casa de Deus», templo vivo do seu amor.” (Papa Francisco, Angelus, 09 de novembro de 2014)